domingo, 19 de abril de 2009

Feliz aniversário Lygia!!! 86 anos em 19/04/2009!!!



Obrigado por você existir!!!

2 comentários:

Eric Drummond Poète disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eric Drummond Poète disse...

Já disse o grande poeta,
“Imortal,
É quem não tem onde cair morto”;
Mas agora digo eu,
Depende do imortal.

Há dois tipos básicos de imortais,
Os verdadeiros,
Tal como idealizou,
O grande José Veríssimo;
Enquanto há os usurpadores,
Tal como certos políticos,
Alguns até que pagam,
Para na academia entrar;
São esses os Müllers da vida.

Na academia hoje,
Há usurpadores,
Para grande desgosto de Veríssimo;
Mas há ainda grandes nomes,
E há Paulo Coelho,
Um imortal... Caso a parte.

Mas quando digo
Que dois tipos de imortais,
Digo mais que
Os membros legítimos da academia
E os usurpadores de cadeiras;
Refiro-me aos velhos caquéticos,
Muitos outrora geniais,
Mas nos tempos de agora,
Imortais,
Porém mortos.

E há também os verdadeiros,
Os que nunca envelhecem,
Nunca passam a ser desprezados por estudantes,
Obrigados a ler suas obras;
Os que mais que imortais,
São verdadeiros intelectuais.

Ser intelectual,
É mais do que ser um gênio,
Por vezes excêntrico,
Por vezes apenas uma pessoa certinha,
Sentada em sua cadeira na academia.

Não, é mais;
Ser um verdadeiro intelectual,
Consiste em ver o mundo de modo diferente,
Não ver apenas as como são,
Mas como serão,
E como poderiam ser;
Poder manipular os sentimentos,
De modo a fazer obras pequenas,
Ou mesmo grandes obras,
Porém verdadeiras.
De modo a imprimir sentimento,
Em uma simples folha de papel,
Repleta de infindáveis palavras,
Ainda que palavras monótonas,
Capaz assim de prender nas páginas,
Até mesmo o mais rebelde e antiliterário.

Conheço muitos intelectuais,
José Mindlin é um grande,
Certa vez o entrevistei,
Com um amigo nunca antes apreciador,
Na verdade odiador,
De literatura,
Porém saiu de lá apreciado,
Como um verdadeiro amante da arte,
De tão cativante
Que é o discurso de um intelectual.

Augusto de Campos também,
Se não é tão grande quanto,
É ainda maior;
Seus poemas simples,
Diria até que rudimentares,
Expressão sentimentalidade,
De modo raramente visto;
Isso sem contar,
Que ele tem o dom,
De monótonas histórias contar,
De modo a faze-las,
Verdadeiras aventuras.

Seu irmão Haroldo,
Não há nem o que falar,
Alguém que,
Ao mesmo tempo
Que faz modernidade,
Traduz do grego,
Do hebraico;
É simplesmente,
Um artista completo.

Boris Schnaiderman,
É menos conhecido,
Mas talvez ainda mais grandioso;
Vivenciou o Encouraçado Potemkin,
Com apenas oito anos de idade,
A cena da Escadaria de Odessa,
E ainda assim,
Foi capaz não só de não se assustar,
Como de canalizar aquilo para sua arte.
Fugiu ainda jovem da URSS,
Veio pro Brasil e entrou na 2ª Guerra,
Foi perseguido pela ditadura,
Por sua arte,
E por sua origem;
Ainda assim transmutou-se,
No idoso, porém grandioso,
Grande intelectual que hoje é.

Porém não há duvida,
De que a maior intelectual viva,
Tão grande quanto Gattai e Queiroz,
Eternamente viva;
Sim, porque,
Ainda que venha a falecer,
Inevitável fato que infelizmente virá a acontecer,
Sua alma e sua memória,
Em seus livros permanecerão imortais,
Eternamente apreciadas,
Em seus escritos todos,
Restará, sua vida;
Portanto nunca poderemos dizer,
Que Lygia Fagundes Telles
Um dia irá morrer.










Fiz esse poema dedicado à grande Lygia quando fiquei sabendo da notícia de sua internação, e coincidentemente foi na mesma época em que lia aquela que penso ser não só sua melhor obra como uma das melhores obras da literatura brasileira, o conto O Noivo; além desse poema tenho também outros poemas publicados em meu blog, incluindo um dedicado à grande Zizi Possi, para quem quiser dar uma conferida e prestigiar meus outros poemas, o blog é

http://ericdrummondpoete.blogspot.com/





Lygia, assim como muitos, estou ao seu lado hoje e sempre, para o que der e vier!